quinta-feira, 26 de maio de 2011

ÚLTIMA LINHA

by Nadja Goes.Axcar
Eu sou o que
sinto, ouço, vejo
e penetro.

Sou amanhecer, o sol,
noite escura de boitatá,
estrelas e lua de bruxa
e ausência de tudo isso.

Areia quente,
água gelada,
pirata, procissão de beata.

Barco ao largo,
o fogo de santelmo,
pai, mãe,
filhos,
parentes.

Conversas com meu umbigo,
cantos, danças...
e prossigo,
sem saber direito
prá onde.

Sou
dor
emoção
amor
torpor
tolerância

Morango brasileiro
em chantilly estrangeiro.

Embalos de barca furada, 
sobressalto,
mãos para o alto
em vez de entorno de...

Fogos de artifício,
flores, camafeu,
amante à moda antiga,
guardados...
virtudes
debaixo dos panos.
compras à prestação,
rua êrma...
coração aos pulos
e fuga.

Vontade de colo, 
apêrto,
ébria que se diz sóbria,
caleidoscópio,
deslumbramento em cacos.

Sonhos eternos
ternos que são.

Segredos bons,
presentes de gregos,
escritos, reação.

Fiapos de carinho, 
migalhas por afeto,
desejos tão simples,
paçoca, flor roubada, 
passeio à pé,
canções  de roda...vitrine.

Gelo seco
fingindo bruma,
banho de espuma
no tanque do quintal,
cirquinho, 
ingressos são palitos,
bailarina de crepon.

Papel rasgado,
bom dia senhorinha,
incríveis lembranças,
em cara de adulto
mas alma de criança...
na última linha todinha de você!

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